Noite de Natal...
Fria, escura.
Lá fora o vento ressoa pelos arvoredos e a chuva cai como uma música de inverno.
É tarde, muito tarde. Tarde demais...
A casa dorme, apenas iluminada pela luz ténue das chamas da lareira já quase extinta.
O papel de embrulho rasgado e colorido repousa, iluminado pelos pontinhos coloridos da Árvore de Natal.
Estou só. Nesta sala triste, apesar de natalícia ... e recordo.
Recordo os tempos que sorria... Vejo os meus avôs tão amados a sorrir para mim...
So queria poder segurar na mão deles de novo.
Mas é tarde demais... muito tarde.
O tempo... é uma doença sem solução.
Ouço apenas o crepitar das chamas, e sinto aquela agonia que se chama SAUDADE.
Ah lusitânia... só tu meu doce país, para ter palavras tao vivas e sem tradução em nenhuma outra língua...
SAUDADE...
e as lágrimas correm pela minha face abaixo...
É tarde... tarde demais.
Autobiografico.
Dedicado aos meus avôs.
Verídico.
Gabriela Nogueira